quinta-feira, 18 de maio de 2017

O SISTEMA TREME. ESPERA-SE QUE CAIA

A bomba que caiu em Brasília na noite de quarta-feira, 17 de maio, e fez barulho em todo o mundo, parece estarrecedora. Mas não há nada de novo sob o sol. A não ser, é claro, o fato de terem sido pegos com as calças arreadas.

Quem conhece minimamente a história do Brasil recente sabe quem são Michel Temer e Aécio Neves. Desde a década de 1980 os dois transitam com maestria dentro do sistema político putrefato que existe no Brasil, em que homens públicos mantém relações promíscuas com grandes empresas privadas, operando as máquinas do Estado para obter vantagens ilícitas mútuas.

Os três maiores e mais poderosos partidos do país (PT, PMDB e PSDB) estão moralmente liquidados. No entanto, corre-se o risco de, mais uma vez, perdermos a oportunidade de observarmos o problema com a gravidade e a complexidade real e, em vez disso, repetirmos as soluções fáceis e superficiais que só vão servir para uma coisa: manter as coisas como estão.

Ou entende-se de uma vez por todas que o problema do país não está apenas na corrução dos partidos que controlam o poder, ou vai-se permanecer nessa lama, em que aqueles que são flagrados caem, derrubando alguns comparsas, para que outros subam e ocupem os seus lugares, praticando os mesmos atos. E caminha-se para isso a passos largos.

O Brasil precisa ser reinventado. Não há Lula, Bolsonaro, Moro ou Joaquim Barbosa (ainda que fossem os heróis que seus simpatizantes pensam que são) capaz de mudar o jogo sem que as regras, formais e informais, lícitas e ilícitas sejam mudadas tambem.

Muito se fala em uma divisão. A tal dicotomia entre "coxinhas" e "petralhas". Uns desejam avidamente a queda e destruição do PT, imputando a este partido a responsabilidade por todos os males. Outros preferem a queda e o ocaso do PSDB/PMDB, considerando serem estes os reais vampiros malignos. O que os dois lados ainda não perceberam é que ambos querem a mesma coisa: a destruição do sistema em que tanto Lula e Dilma, do PT, quanto Temer e Aécio, PMDB/PSDB se valeram ao longo dos últimos anos para conquistar e manter o poder gravitando em torno de si
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