sexta-feira, 14 de julho de 2017

SOBRE DILMA E TEMER

Nesta quinta, 12 de Julho de 2017, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados rejeitou o relatório do deputado Sérgio Sveiter, que foi no sentido de autorizar o seguimento da denúncia contra Michel Temer, apresentada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Foram 40 votos contra, ante 24 a favor da denúncia, resultado obtido após uma série de trocas de membros na comissão. Do Maranhão, votaram contra a denúncia os deputados Cléber Verde (PRB), Hildo Rocha (PMDB) e Juscelino Filho (DEM).

No ano passado, votações parecidas a esta ocorreram nas comissões e no plenário da Câmara dos deputados. Pedido de Impeachment patrocinado pelo PSDB, pedia a cassação de Dilma. A presidente perdeu todas. A mensagem que os deputados diziam querer passar era de que o governo Dilma tinha acabado, dada a crise política e econômica, além da alta rejeição da presidente, que tornava seu governo inviável, sendo necessária sua deposição. A acusação formal: pedaladas fiscais. 

Agora Michel Temer vence votação após votação. Seja relacionadas às suas "reformas", seja como a de ontem, relacionada à sua denúncia. O que mudou? Não muita coisa. A crise econômica continua se agravando. A crise política piora a cada dia. E Temer tem hoje metade da aprovação que Dilma tinha. Alem disso, outro fenômeno continua exatamente igual: a falta de caráter, de decoro e de cerimônia de parte dos parlamentares que hoje frequenta o Congresso Nacional. 

Michel Temer foi flagrado em uma conversa informal com um homem investigado, que confessou crimes atrás de crimes em sua frente, ouvindo como resposta somente expressões como "ótimo, ótimo" ou "tem que manter isso aí, viu?". Mas nada disso faz mais diferença. Fica claro e evidente que o problema nunca foi crise. O problema nunca foi corrupção. O problema é falta de vergonha na cara e uma vontade monumental de tentar salvar um sistema político nefasto. Figuras como Michel Temer, Aécio Neves e Romero Jucá, só pra citar três dos maiores, estão debochando em regozijo de nossas caras, enquanto respondemos com inércia e covardia. Não há esperança no horizonte. O futuro é melancolicamente desanimador. 

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